A Guerreira Guarani Mbya, Luciana Aramy, conduziu uma roda de conversas sobre o universo cultural indígena no Museu Municipal de Monte Mor.
O Museu Elisabeth Aytai, neste ano de 2022, além das inúmeras exposições, cursos, reorganização do acervo, visitações agendadas com escolas, entre outras atividades, celebrou a diversidade e buscou retomar a valorização de uma das mais fortes raízes de Monte Mor, sua história indígena.
O museu, graças ao trabalho do museólogo reconhecido nacionalmente, Desiderio Aytai, que reuniu um significativo acervo de artefatos indígenas encontrados em Monte Mor, fazendo do museu uma referência nacional no assunto, ganhou também em 2021, a OPY, a casa dos saberes ancestrais, que tem recebido muitas visitas desde de sua inauguração, em agosto de 21.
Segundo a historiadora Luana Hara Fernandes, responsável pelo museu de Monte Mor, as ações relacionadas à cultura indígena têm um valor especial para o município, têm história. Monte Mor é uma cidade que possui um rico acervo de povos que aqui viveram há mais de mil anos, parte já em exposição, parte em seus locais de origem e muito ainda por ser descoberto. Mas tudo isso passa por um processo que precisa ser feito de forma respeitosa e com a autorização e participação dos povos que hoje representam esse passado de nossa cidade.
A vinda da Guerreira Guarani Mbya, Luciana Aramy, para uma roda de conversa, é o começo ou parte de um processo de um projeto de recuperação dessa história, de valorização e respeito. A conversa foi de grande luz no sentido de entender a dinâmica da vida em uma aldeia, os processos de família e de aprendizado, preservação cultural, fé e espiritualidade. A guerreira também falou das relações entre os povos originários e o mundo fora da aldeia, da tentativa de preservação da língua e dos costumes, história e desmistificação da “descoberta” de Pindorama, o atual Brasil.
Para o diretor de Turismo de Monte Mor, Ronaldo Corrêa, o ganho em conhecimento é enorme em uma roda de conversas como essa, que acontece nesta quinta-feira, 15 de dezembro. Monte Mor tem muita história, tem muito acervo e tem, de certa forma, uma dívida com os povos indígenas, originários, que viveram aqui há muito tempo e que há muito tempo ficaram esquecidos pela moderna Monte Mor. Resgatar a história é também pensar no futuro.
A conversa terminou com um delicioso almoço em uma mistura de comidas típicas, de temperos e gostos indígenas, com o tradicional arroz. Entre as autoridades presentes no encontro, estiveram o Chefe de Gabinete, Ricardo Bizetto; os vereadores Professor Adriel (PT) e Milziane Menezes (PSDB).
